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domingo, 1 de julho de 2012

Estrada rural abandonada a três anos e meio prejudica moradores do Amola Faca

(VÍDEO) - Era uma vez uma estrada. Esta célebre frase que dava início às histórias contadas para as crianças, configura muito bem a situação da vicinal que liga os Bairros Amola Faca, Camargos e Furtados ao Sarapuí dos Luz, próximo ao quilômetro 119 da Rodovia SP-250, que liga Piedade a Pilar do Sul. Os moradores foram iludidos com um terrível conto de fadas ou, na verdade caíram numa cilada?
Há mais de três anos, desde que a atual administração assumiu a prefeitura, não é feito qualquer serviço de manutenção da estrada. Produtores de morango, abobrinha, brócolis, vagem, dentre outros produtos agrícolas vem tendo enormes prejuízos devido ao péssimo estado de conservação de via de terra.
"É uma vergonha", faz questão de assinalar o agricultor Genéldio de Moraes, o "Nardo", 43 anos, a mais de 30 trabalhando com lavoura. "A gente precisa pegar picareta, enxadão pra refazer a estrada, retirar pedras enormes que ficam no maio dela. Até Roundup (herbicida) tive que aplicar pra tirar o mato do meio da pista, senão o carro não passa", relata revoltado Nardo, que teve sua Brasília danificada pelas pedras no caminho. Segundo ele até a égua de propriedade de um de seus irmãos é utilizada para tirar o capim que dificulta a passagem dos carros.
No ano passado Nardo teve que refazer um trecho da estrada que foi levado pela enxurrada e esta impraticável, "tivemos que cortar o barranco com enxadão pra poder passar, este serviço não é nosso, é da prefeitura, mas, desde o começo de 2009 que ninguém da prefeitura passa por aqui", complementa o lavrador.
Raimundo Honorato de Moraes, o Tuia, 72 anos, como é carinhosamente chamado  por todos na região,  agricultor já aposentado, nos contou que junca viu a estrada tão ruim como nos últimos anos, "no tempo do Arthur Hess, do Carioca, do Tadeu a estrada era boa, agora, quando chove não dá pra passar", descreve entre o desânimo e a irritação "Seu" Tuia.
Um produtor que emprega cerca de 30 pessoas e pediu para não ser identificado, estava fazendo a colheita de abobrinha, nos disse que por várias vezes, principalmente em dias de chuva, teve que tirar os produtos da roça utilizando uma carretinha engatada num trator, pois, seu caminhão não consegue vencer os inúmeros bracos e valetas da estrada, "é um prejuízo enorme para nós, encarece o custo e atrasa todo nosso serviço". Segundo ele em diversas ocasiões também teve que fazer uso de picareta para arrumar a estrada e poder passar. A questão do atraso gera transtorno em toda a cadeia de distribuição, uma vez que os produtos colhidos tem que ser levados na carreta até onde está o caminhão, a cerca de 800 metros de distância. Todo este tempo perdido faz com que a produção não chegue no horário certo no Ceasa e algumas vezes a carga teve que voltar para Piedade sem que pudesse ser descarregada. Mais um problema causado pelo péssimo estadod e conservação da vicinal é que, no caso da aboborinha, por se tratar de uma leguminosa bastante frágil e com os sacolejos causados pelas imperfeições da pista acaba "machucando" o produto que perde seu valor de mercado. 
Os agricultores da região tem o trajeto aumentado em mais de seis quilômetros, uma vez que precisam utilizar a estrada que vai do Amola Faca até os Prestes e depois acessar a SP-79 (Piedade-Tapiraí).
Além de tanto prejuízo, os transtornos causados pela falta de uma estrada decente, a vida de Dona Neusa também tem sido difícil. Ela tem que caminhar um quilômetro a pé pela estrada íngreme e irregular, carregando um filho de apenas três meses no colo para levar o outro filho de seis anos até o local onde a van pode chegar, uma vez que o veículo escolar não consegue chegar mais próximo de sua casa. Acompanhe no vídeo abaixo as imagens captadas no Bairro Amola Faca: