O caso das fotos nuas da atriz Carolina Dieckmann que vazaram na
internet no início do mês ainda repercute no cenário nacional. Após a
Câmara dos Deputados aprovar o projeto de lei que criminaliza a invasão de dispositivos de informática com o objetivo de prejudicar o usuário.
A comissão de juristas que discute a reforma do Código Penal no Senado
aprovou nesta segunda-feira (22/05) a criação de um capítulo sobre
crimes cibernéticos dentro do texto legal.
De acordo com a proposta da comissão, seria submetido a uma pena de
prisão de seis meses a um ano, ou multa, quem "acessar indevidamente" um
site protegido por senha, por exemplo, mesmo que não divulgue os dados
ali presentes. Apenas o risco de divulgação ou utilização indevida já
provocaria a condenação do invasor.
Isso significa que usuários da internet que usarem perfis falsos em
redes sociais ou serviços e-mails, por exemplo, poderão ser acusados de
praticar crimes de informática. A proposta também prevê aumento de um
terço da condenação se o internauta causar prejuízos a terceiros, mas
ainda não se sabe o que poderá ser considerado como perfil falso.
Sem
a especificação, nesse caso, contas de pseudônimos, nomes artísticos ou
sátiras de famosos no Twitter, assim como fan pages do Facebook,
poderiam ser enquadrados como criminosos perante a lei, mesmo que não
pareçam perigosos o suficiente para levar um usuário à prisão.
O assunto foi muito debatido entre os juristas, especialmente por causa
da aprovação pela Câmara, na semana passada, do projeto de lei que
também cria crimes cibernéticos. "O projeto em tramitação no Congresso
nos serviu de guia, mas fizemos um projeto mais amplo, mais abrangente",
afirmou o procurador da República Luiz Carlos Gonçalves, relator da
comissão.
Gonçalves ainda disse que os hackers e crackers, especialistas em
informática capazes de modificar programas e redes de computadores,
merecerão um capítulo à parte no anteprojeto.