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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Polícia Civil indicia jovem por assassinato do taxista José Abílio em março de 2012

Boné incrimina o indiciado, afirma a polícia
Foto: divulgação / Polícia Civil
Um boné, encontrado no carro do taxista brutalmente assassinado a golpes de faca na noite de 21 de março de 2012, é a principal prova da autoria do homicídio por parte de um jovem, que à época estava com 19 anos. O rapaz, indiciado pelo homicídio, foi preso no dia 12 de março por pela participação num roubo ocorrido em 2010, na região da Vila Élvio. 
Após quase um ano de investigação, a equipe da Polícia Civil, composta pelos policiais Sérgio Sobrinho, Fábio Schynayder e Malton Muniz, encarregada de esclarecer a morte do taxista José Abílio de Oliveira, 74 anos, morto com várias facadas e cujo corpo foi encontrado no chão de uma estrada vicinal, no bairro Soares, indiciou um rapaz como sendo um dos autores do terrível crime. Desde a noite do crime, a polícia ouviu várias testemunhas e desde o início a suspeita recaia sobre Ademar Nunes de Carvalho, o "Dema", morador do bairro Sarapuí de Cima.

Foto
Carro da vítima estava distante do corpo
Foto: Blog Bom Dia Piedade
"Dema" chegou a ser detido no ano passado para averiguação, uma vez que não atendia às diversas notificação para comparecer à Delegacia de Polícia de Piedade, porém, uma testemunha afirmava categoricamente que o jovem havia ficado horas num bar e não poderia ter sido ao autor do terrível crime. Com o andamento das investigações, novos depoimentos acabaram reforçando a suspeita sobre o acusado. Testemunhas disseram que no dia seguinte, "Dema" foi para Cotia juntamente com um amigo menor de idade, onde ficaram por um dia na casa de um parente deste jovem. Este menor, também ouvido pela polícia em mais de uma ocasião, é a principal testemunha do caso. Ele afirmou em depoimento que só ficou sabendo do crime quando retornaram de Cotia e que "Dema", na noite do crime chegou no bar usado como álibi com o cabelo molhado - sinal que teria acabado de tomar banho - e sem seu boné favorito, no mesmo bar onde o acusado teria estado no momento em que o crime acontecia.
Dentre os objetos encontrados no táxi, o boné "Billabong",
o predileto do acusado, é a peça chave do inquérito
Foto: Blog "Bom Dia Piedade"
De acordo com esta testemunha, "Dema" estava calado e nervoso, e assim ficou durante a curta viagem a Cotia. Uma outra pessoa ouvida pelos investigadores, uma pessoa muito próxima, disse que no dia do crime "Dema" saiu de casa por volta das 15 horas, dizendo que ia dar umas volta. Como o rapaz não retornou à noite, os familiares passaram a procurá-lo, inclusive no mesmo bar onde perguntaram ao proprietário se "Dema" tinha ido lá. O dono do estabelecimento teria dito a esta testemunha que o suspeito não havia ido ao bar naquele dia. Com isto, a história da presença de "Dema" no bar enquanto o crime ocorria estava desmentida. 
O amigo de "Dema" que viajou com ele para Cotia foi novamente intimado a depor e na presença de sua mãe acabou reconhecendo um boné Billabong sujo de sangue, com detalhes bege, cinza e amarelo, que seria o "xodó" de "Dema", e que usava sempre. O boné é o mesmo encontrado no carro do taxista. Após este reconhecimento e apoiada em outras evidências colhidas na investigação, a Polícia Civil de Piedade indiciou Ademar Nunes Carvalho como um dos autores do bárbaro crime ocorrido na noite de 21 de março de 2012. A polícia acredita que pelo menos mais uma pessoa tenha participado na ação que resultou na morte do taxista. 
"Dema", que está preso na Fundação Casa" de Sorocaba, uma vez que cumpre pena por um delito cometido quando tinha 17 anos, o roubo praticado em 2010 nas imediações da Vila Élvio, em que foi julgado e condenado, teve a prisão preventiva requerida junto à justiça local. O pedido se baseia nas investigações e nos relatos de que seria uma pessoa agressiva e com antecedente criminal. Caso isto ocorra, Ademar Nunes de Carvalho, deverá ser transferido da Fundação Casa para um Centro de Detenção Provisória até que seja julgado. A justiça ainda não se pronunciou sobre o tema. "Dema" nega a autoria do crime. A Polícia Civil prossegue com a investigação para tentar chegar a outros possíveis autores do homicídio.


Foto
Foto: Blog Bom Dia Piedade
O Crime - José Abílio de Oliveira, 74 anos (foto), teria deixado o ponto de táxi na Praça Coronel João Rosa, centro da cidade, por volta das 19h00min para fazer uma ‘corrida” e não voltou. A Polícia Militar foi acionada às 21h30min desta quarta-feira por um homem que encontrou o corpo de José estendido numa estrada de terra, no bairro dos Soares, a 500 metros da vicinal asfaltada que liga os bairros dos Oliveiras ao bairro da Furna, a cerca de 13 quilômetros da cidade, com vários ferimentos pelo corpo, conforme constaram os soldados da Polícia Militar Bonachini e Lara, que foram até o local. Aproximadamente oito  facadas, sendo duas no rosto, uma perfuração e um corte profundo no pescoço,  duas no peito, uma nas costas e um longo corte no antebraço direito, provavelmente causados em uma possível reação de assalto. A chave do Gol Prata 2009, placas DAO-8355 do taxista estava junto ao corpo, no entanto, o veículo foi encontrado com as luzes ligadas, a dois quilômetros do corpo, com manchas de sangue no painel, no teto e junto às duas portas dianteiras.

Soldado Bonachini sob a supervisão de um perito,
retira do táxi o boné sujo de sangue
Foto: Blog Bom Dia Piedade
Inicialmente os policiais acreditavam se tratar de um latrocínio (roubo seguido de morte), porém, somente após a chegada dos investigadores Lielson Moretti e Rogério Abreu, da Polícia Civil juntamente com peritos da Polícia Científica, o carro foi aberto. Em seu interior estavam o CD Player, o aparelho de DVD, o óculos da vítima que estava sobre o banco traseiro e a carteira de José que foi encontrada pelo soldado Bonachini sob o tapete do motorista com vários documentos pessoais e a quantia de R$ 400. O celular da vítima foi encontrado pelos soldados Abreu e Denis que ficaram preservando o local do crime até a chegada dos peritos. Uma ligação possibilitou o encontro do aparelho que tocava no mato, provavelmente teria sido jogado pelos marginais.
Mais de uma pessoa deve ter participado do assassinato, uma vez que uma intensa luta corporal teria ocorrido no interior do veículo, que apresentava além manchas de sangue no painel, uma toalha ensanguentada e ainda uma cédula de R$ 10 foi estava caída sobre o tapete, atrás do banco do motorista. As marcas de mãos junto às portas indicam que o homem foi atacado dentro do carro, porém, como o corpo estava a dois quilômetros e como não havia sinais de que a vítima teria sido arrastada, nem sinais de sangue foram encontrados, tanto perto do corpo como do carro, a hipótese aventada pelos policiais é de que José foi atacado em sue carro, provavelmente ao reagir a um assalto, colocado dentro de outro veículo e abandonado junto com a chave do Gol. Um boné que seria de um dos marginais foi deixado no banco traseiro do carro do taxista. A perícia coletou amostras de sangue do carro para identificar se seriam da vítima ou de algum dos autores.