Tinta rosa indica que nota pode ser oriunda de explosão de caixa eletrônico Foto: internet |
A história contada contada por Leandro de Paula da Silva, de que seu filho Lucas Camilo da Silva teria sido baleado no bairro do Funil foi mentirosa. Leandro foi preso na noite de ontem (05) em Votorantim com grande quantidade de explosivos, algumas espoletas e R$ 14.450 que a Polícia Militar encontrou em sua casa. O material segundo a polícia seria usado para explodir caixas eletrônicos e o dinheiro oriundo da prática deste tipo de delito. Lucas foi baleado em Votorantim e não em Piedade.
Por volta das 23h30min desta quarta-feira (05), Policiais Militares da Força Tática de Votorantim, sob o comando do Sargento Marino, ao apurarem denúncia de na casa de Leandro de Paula da Silva, 51 anos, à Rua Jorge Winckler, bairro Itapeva, haveria material usado para explodir caixas eletrônicos e que a história contada por ele, de que teria encontrado seu filho baleado numa estrada vicinal do Bairro do Funil em Piedade, era mentira. Na verdade, Lucas Camilo da Silva teria sido atingido por disparo acidental de espingarda, no mesmo Bairro onde morava, no Itapeva, em Votorantim. A situação em que o "acidente" ocorre ainda está sendo apurada pela polícia.
Leandro disse que o filho tinha saído de bicicleta de casa para vir até Piedade na casa onde ele e o pai estão construindo no Bairro do Funil e algum tempo depois o pai encontrou o filho caído perto da estrada de terra, com ferimentos de cartucheira no braço e perna esquerdos. O que já não convenceu a polícia, uma vez que o mais lógico em se tratando de um pai seria socorrer o filho até o hospital mais próximo. Leandro levou o filho até o Pronto Atendimento da Santa Casa de Votorantim, onde veio a falecer devido à forte hemorragia causada pelos ferimentos. O crime acabou sendo registrado como homicídio na Delegacia de Piedade, onde o crime teria ocorrido.
Os investigadores Sérgio Sobrinho, Malton Muniz e Fábio Silva, acompanhados de Leandro e de duas filhas foram ao local onde supostamente Lucas teria sido encontrado e a partir daí as desconfianças de Sérgio Sobrinho começaram a se confirmar.
Leandro disse que viu a bicicleta caída de uma lado da estrada e o corpo do outro lado, um pouco afastado. Entre o ponto em que Lucas estaria caído e a estrada havia uma grande quantidade de casca de cebola espalhada na margem da vicinal. Leandro teria desviado por vários metros para não pisar na casca de cebola para socorrer o filho e deu a mesma volta com a vítima ainda consciente nas costas. "Ora, um pai ao socorrer o filho se preocuparia em sujar os pés?" Pensaram os investigadores. E mais, Leandro disse que não levou seu filho para Piedade porque estava sem os documentos dele e que antes de ir para a Santa Casa de Votorantim ainda passou em sua casa para pegar a cédula de identidade de Lucas. Só depois é que a vítima teria sido levada para o efetivo socorro médico. O fato é que Lucas deu entrada na PA de Votorantim e lá acabou falecendo. Contudo, a narrativa tinha muitos pontos obscuros e Sérgio Sobrinho já havia levantado a hipótese de disparo de acidental de arma de fogo e com a prisão de Leandro, a sua suspeita se confirmou e o homicídio - que está sendo apurado pela Polícia Civil de Votorantim - deverá ser esclarecido. Uma coisa é certa, o homicídio não aconteceu em Piedade.
A prisão de Leandro - Equipes da Força Tática da Polícia Militar de Votorantim ao apurarem então as denúncias de que haveria explosivos na casa de Leandro Paula da Silva, encontraram uma escada que dá acesso a uma laje, um colchão enrolado em meio a materiais de construção.
No meio do colhão foram localizados R$ 14.450 em notas de vários valores, sendo que, uma boa quantidade destas cédulas, no montante total de R$ 5.100, estavam chamuscadas e com tinta especial na cor rosa, usada nos sistemas de segurança de caixas eletrônicos. Em seguida foram encontrados seis espoletas e 10 metros de de cordão detonante. Leandro justificou o dinheiro ele teria recebido de seu falecido filho Lucas, uma vez que está desempregado. Quando ao material usado em explosivos, Leandro não disse nada a respeito. Ele foi preso e indiciado por posse ilegal de armamento de uso restrito, associação criminosa e comunicação falsa de crime. A Polícia Civil de Piedade acompanha as investigações e o homicídio registrado no município deverá fazer parte das estatísticas de Votorantim. Leandro foi transferido ao CDP de Sorocaba.
A Delegacia de Investigações Gerais de Itapetininga já vinha investigando o falecido Lucas, que respondia por um homicídio, na participação em explosões de caixas eletrônicos. No dia 26 de junho de 2013 investigadores estiveram na mesma casa no Bairro Itapeva para averiguar a possível existência de explosivos ou algo que ligasse à esta prática de crime, porém, na ocasião foi encontrada apenas uma nota de R$ 100 com tinta especial cor de rosa e algumas folhas com nomes e telefones anotados.