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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Ação de vigilância no Aterro Sanitário

Guardas Municipais acompanham a saída de catadores que
insistiam em retirar material do aterro sanitário
Foto: Sérgio Takamune
A partir desta terça-feira (26), começa a funcionar uma ação de vigilância constante no aterro sanitário do município, com o objetivo de cumprir determinação da CETESB de impedir a atividade de seleção de material dentro do empreendimento. Por volta das 8h40min a Prefeita Maria Vicentina Godinho Pereira da Silva (PSDB) se reuniu com a imprensa local, ocasião em que explicou as razões das medidas adotadas e as alternativas oferecidas ao catadores que atuavam irregularmente no aterro sanitário.


A ação estratégica que planejou o processo para garantir o fim da coleta dentro do aterro vem sendo desenvolvida de forma conjunta entre Prefeitura, Ministério Público, Ação Social, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária e Polícia Civil. 

A ação foi executada em fases, de modo a garantir que o processo fosse realizado pacificamente. Os próprios catadores já estavam cientes, há meses, que não haveria mais possibilidade de coleta seletiva dentro do aterro.
GCMs junto ao portão de entrada para evitar a entrada
de catadores no local

Foto: Sérgio Takamune

Vale salientar que, desde que se viu obrigada a cumprir a lei, a prefeitura se mobilizou para auxiliar os catadores na busca por alternativas para que continuem a atividade de forma organizada, fora do aterro sanitário. Pelo andamento das negociações, a administração municipal acredita que, em breve, o grupo que atuava em condições degradantes e sujeito a riscos à saúde, estará trabalhando de forma ideal, continuando a desempenhar seu papel social fundamental no que se refere à coleta seletiva e reciclagem, com total apoio da prefeitura.

Às 10 horas de hoje, representantes do grupo que planejou a ação, com o apoio das Polícias Civil, Militar e Rodoviária e Guarda Civil Municipal, estiveram no local para garantir o êxito da operação, uma vez que ontem expirou o prazo para que os catadores tirassem os últimos produtos coletados do local.

CETESB fecharia aterro sanitário caso os catadores
continuassem retirando material

Foto: Sérgio Takamune
Ação em fases

A prefeitura tem buscado soluções para a questão do lixo, com o objetivo de se adequar à lei nacional Lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para isso, tem dado encaminhamento, ao longo de dois anos, a uma série de ações que visam tratar o problema com responsabilidade, observando todos os aspectos envolvidos.

Uma importante ação consistiu no processo de enceramento do aterro - planejado inicialmente para durar 15 anos, mas que durou menos de nove - para atender exigências da CETESB.

Outra ação é o investimento na coleta seletiva, com o apoio institucional à Cooperativa dos Trabalhadores do Meio Ambiente de Piedade (COTMAP).

A prefeitura coordena também a realização de um programa piloto de conscientização, levantamento de residências que separam o lixo em dois núcleos (Sinibaldy e Guatambu). Este servirá de modelo para outros núcleos habitacionais.

Um estudo sobre nova proposta de incentivo dos cooperados está em andamento na Procuradoria Jurídica da prefeitura.

A CETESB, que tem acompanhado todo o processo de adequação do aterro sanitário em Piedade, embora tenha aprovado o trabalho realizado pela prefeitura conforme parecer técnico nº 06100895, de 30 de julho de 2014, exige que o poder público: mantenha a área do empreendimento “devidamente cercada, sinalizada e identificada, mantendo rigoroso controle de acesso ao local, ficando proibido o acesso e/ou a permanência de catadores ou pessoas estranhas à operação, na área do aterro, bem como a presença de animais”. Caso não garanta o cumprimento às determinações, a prefeitura será multada progressivamente e poderá ter até o aterro interditado, o que causará enormes prejuízos para a cidade, a toda a população do município, incluindo os catadores.

Por esse motivo, a prefeitura planejou a ação que culminou com o fim da atividade dentro do aterro. Afinal, a partir do fim do prazo estabelecido pela Lei Nº 12.305, que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a permanência de catadores em tais locais está proibida.

Desde o início de agosto, foram fixadas placas no aterro, comunicando a proibição do ato. Já os empresários que compram recicláveis também serão informados de que é proibido adquirir material retirado do aterro, sob risco de penalizações.

Por outro lado, o Serviço Social, em parceria com outros setores do poder público municipal, oferecerá cursos de qualificação profissional (pedreiro, pintura, corte e costura, por exemplo) e até alfabetização de adultos como alternativa aos catadores. Enquanto o cidadão permanecer nos cursos oferecidos, será concedido a ele, mensalmente, uma cesta básica.

Cientes da situação há mais de um mês, quando comunicados pela prefeitura, os 13 catadores que atuavam no aterro se reuniram com a prefeita Maria Vicentina Godinho Pereira da Silva (PSDB), na última quinta-feira, em busca de alternativas para que não fiquem sem trabalho. Novas reuniões irão acontecer para que surjam alternativas razoáveis para o grupo.

A Prefeitura de Piedade tem a convicção de que apenas um plano integrado, que visa a responsabilidade da utilização do aterro, a conscientização quanto à mudança cultural em relação ao lixo, a popularização da reciclagem e o investimento na coleta seletiva responsável e cidadã, poderá resultar na sustentabilidade tão almejada. Piedade aterra em torno de 35 toneladas de resíduo ao dia. Segundo dados do Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável, um município de 100 mil habitantes pode produzir composto orgânico no valor de R$ 1 milhão por ano e pode obter R$ 4,8 milhões anuais apenas com a venda de resíduos secos. Portanto, é possível reverter esta situação. Mas para isso é necessária a ação de todos, do poder público constituído a cada um dos 54 mil cidadãos piedadenses.


Por: Assessoria de Comunicação - Prefeitura de Piedade