As Úlceras por Pressão (UP), popularmente conhecidas como escaras ou úlceras de decúbito (termos erroneamente utilizados), são feridas que acometem pessoas com limitação da mobilidade. Podem ocorrer em todas as idades e observadas principalmente em paraplégicos, tetraplégicos (cadeirantes ou não), politraumatizados, pacientes submetidos à cirurgias ortopédicas e neurológicas, acamados seja no domicílio ou hospitalizados e idosos em instituições de longa permanência (asilos).
A úlcera se desenvolve quando uma proeminência (saliência) óssea é pressionada sobre uma superfície (maca, cadeira de banho, cadeira de rodas, sofá ou colchão comum). A exposição à pressão por longo período de tempo ou de alta intensidade, provocam isquemia (que é uma falta de oxigenação dos tecidos) dando início à lesão. Alguns fatores combinados à pressão como fricção, umidade, desnutrição aumentam o risco de desenvolver a UP.
A prevenção consiste principalmente no alívio constante da pressão, realizando mudança frequente de posição, uso de colchões ou almofadas específicos para essa finalidade, protetores para proeminências ósseas, hidratação e nutrição adequada. Inspecionar a pele diariamente ajuda a detectar precocemente um princípio de lesão.
Existem escalas para avaliar qual é o grau de risco do indivíduo desenvolver UP, os profissionais de saúde aplicam esse instrumento e atribuem uma nota de acordo com o estado do paciente, a partir dos fatores de risco encontrados nessa avaliação o plano de prevenção será estabelecido.
Quando a prevenção não é realizada ou falha, a úlcera se desenvolve. A lesão pode iniciar com uma vermelhidão na pele que não desaparece que é o primeiro estágio da UP. Nesse ponto, na maioria das vezes, ainda é possível reverter o quadro se um serviço especializado for consultado. No entanto, a úlcera pode atingir estágios mais avançados, podendo ocorrer exposição de estruturas profundas como músculos, tendões e ossos.
A ocorrência da Úlcera por Pressão ocasiona grandes transtornos aos pacientes, cuidadores e serviços de saúde uma vez que podem provocar dor, mau cheiro, risco de infecção e sequelas. Além disso, o custo do tratamento costuma ser elevado pois envolve curativos específicos e nos casos mais graves intervenção cirúrgica.
Quando o paciente encontra-se estável geralmente realiza curativos em casa com acompanhamento de equipe domiciliar ou ambulatorial. Já os pacientes mais debilitados necessitam de hospitalização e muitas vezes do uso prolongado de antibióticos injetáveis e suplementação nutricional específica para cicatrização lembrando que não há uma “receita de bolo”, cada caso deve ser avaliado individualmente para a prescrição do tratamento mais apropriado.
Para evitar as consequências desse agravo, a prevenção e a informação continuam sendo o melhor remédio!
Por Vanessa S. Araujo/ Enfermeira Estomaterapeuta/Membro titulado pela SOBEST"