segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Golpe do falso sequestro por telefone leva desespero a duas famílias piedadenses

O famigerado golpe do falso sequestro aplicado por telefone, levou ao menos duas famílias ao desespero nesta segunda-feira (5). Em ambos os casos a intervenção de populares e em um deles da Polícia Militar, evitaram que as vítimas tivessem prejuízo financeiro com o trote-estelionato.

Coincidentemente nos dois casos as vítimas se dirigiram para a casa lotérica instalada dentro de um supermercado situado à Avenida Antonio Corrêa da Silva (marginal direita do Rio Pirapora).

A primeira situação teve início por volta das 10 horas da manhã desta segunda-feira (5). A vítima, um aposentado de 76 anos de idade, recebeu um telefonema a cobrar na linha fixa de sua residência, na qual uma mulher aos prantos pedia socorro e dizia ter sido sequestrada. Uma outra pessoa passou a falar com o aposentado e disse que sua filha estaria em seu poder e que para libertá-la seria preciso depositar R$ 5 mil em uma conta corrente. 

Muito assutada, a vítima disse não ter esta quantia, ao que o "sequestrador" falou ao telefonema "que poderia ser R$ 1 mil" e passou o número de uma conta corrente de uma agência do Bradesco no bairro Bonsucesso, Rio de Janeiro. Completamente transtornado com a hipótese da filha estar em poder de criminosos o aposentado seguiu imediatamente para a casa lotérica do supermercado para efetuar o depósito. 

As funcionárias do estabelecimento perceberam que pelo nervosismo, somado à pressa do idoso em enviar a quantia de R$ 1 mil, deveria se tratar de um golpe. Funcionários do supermercado intervieram na situação, tentaram acalmar a vítima, dizendo que seria um trote criminoso. Os atentos e prestativos funcionários do supermercado conseguiram o número de um telefone de familiares do aposentado e conseguiram fazer com que pai e filha conversassem e o drama da vítima chegasse ao fim. Após passado o susto, o idoso compareceu à Delegacia de Polícia onde registrou boletim de ocorrência do ocorrido.

Cerca de uma hora depois deste primeiro falso-sequestro, uma nova vítima, desta feita um jovem com idade aproximada de 16 anos, chegou desesperado à casa lotérica para efetuar recarga de celular no valor de R$ 200. Nesse caso, a refém seria a esposa do jovem, que recebeu a ligação dos "sequestradores", que exigiam R$ 1 mil para libertar a mulher "capturada". Na verdade, houve uma primeira ligação a cobrar para a casa da mãe da moça, que passou o número telefone do genro, para que ele negociasse a libertação de sua esposa. 

Mais uma vez as funcionárias da lotérica suspeitaram da atitude da vítima, pediram auxílio dos funcionários do supermercado que novamente prestaram auxílio incauto cidadão, mas, desta vez não conseguiram resolver eles mesmos a situação. Foi então que ligaram para o 190, o Soldado Azevedo acionou seus colegas de farda Cabo Renato e Soldado Edilberto, que se dirigiram ao supermercado, acalmaram a vítima alertando se tratar de um golpe, a colocaram na viatura e conseguiram localizar a esposa do jovem. Com o emocionante reencontro do casal, o caso teve um final feliz. Até ás 18 horas de hoje (5), este segundo golpe não foi registrado junto à Delegacia de Polícia.

É possível que haja outras vítimas, uma vez que, nesta segunda-feira outros moradores de Piedade receberam ligações a cobrar com uma voz de mulher chorosa pedindo socorro.

O que fazer em casos de falso-sequestro - A orientação às vítimas de falso sequestro, cujo golpe é aplicado pelo telefone, é que mantenham a ligação com o criminoso e paralelamente a isso tentem localizar o parente supostamente sequestrado. Nestas situações o "sequestrador" sequer sabe o nome do suposto ou suposta refém ( na maioria dos casos uma mulher (a filha de alguém), e nem mesmo sabe se a pessoa que recebe a ligação tem filhos. Nunca passe informações pessoais, detalhes e hábitos de sua família por telefone ou até mesmo pessoalmente a estranhos.

Caso você receba uma ligação na qual uma pessoa chora desesperada pedindo socorro, diga um nome diferente de sua filha ou filho. É quase certo que o marginal estelionatário que se passa por sequestrador vá dizer que o nome errado é o da vítima e, então, caso a pessoa tenha frieza para pensar nisto, poderá desmascarar o bandido que está do outro lado da linha.

Sendo localizado o suposto sequestrado, a pessoa que recebeu o telefonema deve simplesmente encerrar a ligação.O "modus operandi" do sequestro propriamente dito se dá de outra forma, geralmente com o desaparecimento da pessoa por um ou dois dias. A partir desse tempo ocorre, na maioria das vezes, o primeiro contato de sequestradores com a família da vítima.