terça-feira, 11 de abril de 2017

Recessão econômica os índices de furtos e roubos

Gráfico da evolução de delitos em Piedade 
nos últimos 10 anos
CLIQUE NA IMAGEM ACIMA PARA AMPLIÁ-LA
A crise econômica no Brasil que dava sinais já em 2014 chegou a seu ápice em 2016 e continua afetando a vida de milhões de brasileiros parece influenciar de maneira direta os índices de criminalidade no país. Em Piedade não seria diferente. Coincidência ou não, nos períodos em que a economia tinha um desempenho mais satisfatório o volume de roubos e furtos era menor. Com o recrudescimento da situação econômica os índices retornam a patamares parecidos aos vividos há 10 anos atrás, conforme levantamento feito pelo Blog Bom Dia Piedade com base em dados da Secretaria de segurança Pública do Estado de São Paulo (www.ssp.sp.go.br).

Óbvio que outros fatores, como o afrouxamento da aplicação da legislação, principalmente para crimes tidos como de baixo potencial ofensivo, como furtos e receptação, a falta de vagas em instituições como Fundação Casa ou em presídios, contribuem para que haja um acréscimo no número de delitos menos graves, mas, que trazem grandes traumas enorme prejuízo à sociedade. O gráfico acima exibido tem como base os dados da tabela abaixo, na qual é possível verificar que com a crise econômica mundial de 2008 houve um aumento nos índices de criminalidade. Estes delitos foram diminuindo progressivamente até 2014. No ano seguinte tem início uma nova escalada nos roubos e furtos em Piedade. Este cenário não é exclusivo de nosso município, pois, em quase todo país é isto que se observa. As autoridades policiais procuram, na medida de suas possibilidades, coibir as ações criminosas e norteiam suas ações de acordo com as queixas efetuadas pelos cidadãos. 

Média mensal de delitos
2017* 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008
Roubos 5 7 6 6 5 7 7 6 7 8
Furtos  52 45 36 29 36 31 43 43 39 50
Veículos  4 4 3 1 2 2 2 2 2 4
                               * Média de janeiro e fevereiro de 2017


Imprensa nacional retrata aumento dos índices de furtos e roubos no país - Em novembro de 2015 o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) alertava para o risco de que o retrocesso social decorrente da crise econômica deveria aparecer como importante  agravante num futuro próximo. A reportagem publicada no jornal Valor Econômico apontava que as políticas de segurança pública deveriam avançar até 2023, "sob o risco de a situação se agravar ainda mais". O perfil demográfico jovem no país que se mantém, a elevação da desigualdade social, o acesso a armas, evasão escolar, também são apontados como causas para o aumento da criminalidade. 

Na primeira semana de abril deste ano a Globo News veiculou reportagem que retrata o problema na capital paulista: Roubos e furto a residências em SP aumentam 172% entre 2015 e 2016.

Num artigo publicado no jornal Estadão no dia 26 de setembro de 2016 o renomado advogado paulistano Antonio Penteado Mendonça alerta para o aumento do número de furtos e roubos no país (http://economia.estadao.com.br/blogs/antonio-penteado-mendonca/aumento-da-violencia/). Na ocasião o colunista destacou: "Nos últimos dias foram publicadas estatísticas bastante ruins sobre o aumento de furtos e roubos de determinados bens, como veículos, bicicletas e celulares. As matérias sobre o assunto pautaram os jornais, revistas e noticiários de TV, a maioria com foco no que tem acontecido em São Paulo. Vale destacar que, se São Paulo é a campeã em números absolutos, quando relativizados, os eventos acontecidos na capital paulista perdem para outras cidades com população menor, mas com maior incidência de crimes."  Estes delitos ocorrem nas cidades, nas áreas rurais, afetando negativamente a vida de todos cidadãos de maneira direta ou indireta. A sociedade está perplexa e assustada com a escalada da violência. Muitos contratam seguros para cobrir os prejuízos com roubos e furtos de residências, empresas e/ou veículos, destacava o advogado.

Em 24 de dezembro o Jornal Cruzeiro do Sul também alertava para "o aumento de furtos, roubos em novembro (em Sorocaba) em comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (23) das estatísticas criminais registradas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-SP). No acumulado do ano, de janeiro a novembro, Sorocaba registrou no total 6.866 furtos, 3.365 roubos e 164 estupros. Na soma de furtos e roubos, o total de ocorrências no mesmo período passou de 10 mil. 

De acordo com a SSP, os furtos passaram de 606 em outubro para 745 no mês passado, o que significa um aumento de quase 23%. E os roubos subiram de 300 para 314 no mesmo período, ou quase 5% a mais. Ainda de acordo com os dados divulgados pela SSP, o número de roubo de veículos também aumentou na comparação entre os meses de outubro e novembro de 2016. Foram 49 contra 61 no período, o que representa um aumento de quase 25%. No acumulado do ano, o total chega a 555. Já os furtos de veículos tiveram queda no mesmo período e passaram de 148 para 137, totalizando de janeiro a novembro 1.814 casos.

Reflexos nas seguradoras - No Paraná as seguradoras registraram aumento no número de furto e roubo de veículo em todo o Estado no primeiro semestre de 2016 alcançando média aproximada de 100 automóveis indenizados por dia.

Também foi registrado aumento de roubos de carga nas rodovias que cortam o Paraná. As indenizações nesta modalidade de seguros, que totalizaram R$ 28 milhões em 2015, aumentaram para R$ 40 milhões em 2016, somente até setembro.

Preocupados com a evolução destes índices, representantes do Sindicato das Seguradoras do Paraná e de Mato Grosso do Sul (Sindseg – PR/MS) estiveram esta semana na Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP/PR) conversando com diretor-geral da pasta, delegado Francisco da Costa.

De acordo com o diretor executivo do sindicato, Ramiro Dias, as seguradoras reconhecem o esforço Governo do Estado no enfrentamento da criminalidade mas cobram ações efetivas, como a regulamentação da Lei do Desmonte no Estado, realização de forças-tarefa e o estabelecimento de parcerias para integrar sistemas e informações.

Em junho de 2016 o site do jornal "O Tempo" de Belo Horizonte abordava o tema, com o seguinte título:  Aumento de furtos e roubos encarece seguro em até 84% -  Na reportagem é retratado que "no período entre outubro de 2015 e abril de 2016, o preço médio do seguro de um Toyota Corolla subiu 84%, o de um Onix, da Chevrolet, está 55% mais alto, e o do HB20, da Hyundai, sofreu uma elevação média de 27%. Para especialistas, os valores que ultrapassam muito a inflação acumulada do período, que foi de 6,15%, são explicados, principalmente, pelo aumento de roubos e furtos de veículos."