Um levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com universidades brasileiras, mostrou que os insumos agropecuárias puxaram os custos de produção no campo.
“Tivemos uma alta no custo com fertilizantes, decorrentes de uma oferta bastante restrita no âmbito mundial por problemas de fornecimento de matéria prima para produção de alguns fertilizantes e também uma demanda aquecida, valorização do dólar, isso encareceu bastante esse insumo para o produtor brasileiro, o que impacta significativa o custo dos produtores, já que é um dos principais insumos que compõem o custo operacional”, afirmou Natália.
Defensivos agrícolas também ficaram mais caros, somente o glifosato usado em lavoura de soja, milho e algodão registrou aumento de 126%.
Natália Fernandes explica que, aliado a essas altas, algumas culturas registraram queda de produtividade por questões climáticas, o que dificulta mais a renda dos produtores. “O café teve uma redução na produção de cerca de 10%, comparado ao outro ano. No caso milho, pouco mais de 20% de queda na produção e o feijão por volta de 8%. Isso acaba influenciando nos resultados econômicos do produtor rural”, disse.
Se existe aumento de custo no campo, condições climáticas e prejuízos, é questão de tempo até essa conta chegar no produtor final. A inflação dos últimos 12 meses, que já ultrapassou a casa dos 10% e foi muito puxada pelos preços dos alimentos, deve continuar pesada nos próximos períodos.
Segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, a situação é grave, já que os grãos mais caros, usados na alimentação animal, também deixam as carnes mais caras.
Braz aponta que a desvalorização do real frente ao dólar complica ainda mais o cenário econômico. “Temos um problema fiscal grave, a dívida pública aumenta, isso aumenta a incerteza na economia brasileira. Esse aumento de incerteza provoca mais desvalorização cambial e é o que estamos vendo atualmente. No ritmo da taxa de câmbio, todos os suprimentos agropecuários costumam subir de preço”, afirmou.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Brasil ainda vive o risco de sofrer efeitos de uma La Niña neste final de primavera e no verão. Possíveis secas podem voltar a afetar a produtividade agrícola.
Fonte: Jovem Pan | Esportes, entretenimento, notícias e vídeos com credibilidade