Tarcísio enfatizou que o projeto é uma tentativa de frear os ataques e devolver a tranquilidade ao ambiente escolar, mas que ainda não há certezas sobre qual a forma mais eficaz e, por isso, as medidas podem ser adaptadas e melhoradas com o tempo. "Se vocês me perguntarem: 'Vocês sabem o que fazer?', (a resposta será) 'não'. A gente vai construir, vai ouvir os professores, os profissionais e tentar. Talvez a gente erre, talvez a gente acerte", afirmou.
A ronda escolar será reforçada com o apoio das unidades de polícia e também com a oferta de 600 vagas para policiais de folga. O Estado também vai contratar cerca de mil vigilantes privados. Eles vão trabalhar de forma fixa nas escolas classificadas como de "maior risco" e atuarão desarmados.
De acordo com o secretário de Educação, a medida foi tomada após pesquisa com os professores. O objetivo é que esses vigilantes conheçam os alunos e saibam identificar possíveis comportamentos suspeitos, fazendo uma ponte de comunicação com a equipe de apoio psicossocial - que também faz parte do pacote.
A definição das escolas de risco se dará por meio de um cruzamento de informações da Secretaria de Segurança Pública sobre regiões com maior criminalidade e dados de conflitos escolares. Aquelas unidades que ficam em bairros mais perigosos e têm um histórico latente de conflitos entre alunos receberão atenção especial.
Uma outra iniciativa é a criação do programa Segurança Escolar, que vai colocar de forma permanente um policial em cada escola, segundo o governo do Estado. A ideia é recontratar os agentes de segurança já aposentados para assumir a função de gestores do programa. Um projeto de lei será apresentado para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para que esse tipo de contratação seja permitida.
Psicólogos - Uma equipe de 550 psicólogos também começará a atuar nas escolas. Um profissional vai atuar em cerca de escolas, para garantir, ao menos, um atendimento semanal. Uma licitação para a contratação temporária desses profissionais já foi aberta.
Especialistas alertam que só barreiras de segurança não são suficientes e reforçam que ações em prol da convivência pacífica sejam parte dos projetos pedagógicos das escolas. "Trazer um grande aparato de segurança que torne as escolas parecidas com prisões não resolve. O principal investimento deve ser em identificar conflitos, bullying e lidar com eles, fortalecendo a estrutura escolar e a capacidade dos professores e equipe técnica para isso, além de trazer apoio para a saúde mental dos trabalhadores e estudantes", aponta nota técnica do Instituto Sou da Paz, referência em estudos de segurança pública.
Fonte: Jornal Cruzeiro