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Após enfrentarem muitos desafios com direito a ventos de mais de 100 km/hora, os aventureiros Vagner e Mi, moradores de Piedade (SP), concluíram uma expedição épica de 13 mil quilômetros até Ushuaia, na Terra do Fogo, o ponto mais austral das Américas.
A bordo de uma Duster personalizada e equipada com uma barraca de teto, o casal enfrentou desafios extremos, como ventos de até 102 km/h, frio intenso e longos trechos sem postos de combustível, em uma viagem que os levou por algumas das paisagens mais impressionantes da Patagônia argentina e chilena.
A viagem começou em Piedade, com o casal atravessando o sul do Brasil em direção à Argentina. O primeiro ponto a ser visitado foi em Pucón, no Chile, onde o casal tentou subir o Vulcão Villarrica. No entanto, devido ao mau tempo, a trilha foi cancelada. "Foi uma pena, estávamos ansiosos para ver o vulcão de perto, mas o clima realmente não colaborou", lamentou Vagner. Apesar da frustração, eles já têm planos de voltar. "Agora temos um bom motivo para retornar e, dessa vez, escalar o Villarrica", disse Mi com otimismo.
Depois de Pucón, o casal seguiu para San Martín de Los Andes, onde passou a noite na barraca de teto, ao lado do Lago Lácar. "Acordar com a vista do lago foi um dos momentos mais mágicos da viagem", contou Vagner. De lá, embarcaram na icônica Rota dos 7 Lagos, uma das estradas mais cênicas da Patagônia, marcada por lagos cristalinos cercados por montanhas nevadas e florestas densas. "Cada curva revelava uma paisagem diferente e mais bonita que a anterior", disse Mi.
A próxima parada foi em Bariloche, onde o casal apenas passou pelo centro da cidade e pelo famoso Lago Nahuel Huapi, admirando a beleza da região sem fazer paradas longas. "Bariloche é linda, mas o nosso foco era seguir para o sul, então aproveitamos apenas de passagem", comentou Vagner.
Em seguida, partiram para Futaleufú, uma pequena cidade chilena conhecida pelas corredeiras e paisagens selvagens. "A natureza aqui é bruta e intocada. Foi incrível ver o rio cortando os vales", comentou Vagner.
Outro momento marcante foi em Puerto Rio Tranquilo, onde o casal navegou pelo Lago General Carrera para visitar a famosa Capela de Mármore. "O reflexo da luz nas paredes de mármore criou um efeito mágico. Foi uma das paisagens mais bonitas que já vimos", contou Mi.
A travessia não foi fácil. Em um dos trechos mais desafiadores, Vagner e Mi enfrentaram os temidos '73 Malditos', uma região isolada da Patagônia argentina, conhecida pelas condições extremas e pela falta de estrutura. "Ficamos muito perto de ficar sem combustível. Foi uma situação realmente arriscada", relembrou Mi. Para evitar ficar pelo caminho, o casal levou um galão reserva com gasolina. "Existem trechos em que os postos de combustível são muito distantes um do outro, então ter um galão extra foi essencial para garantir que não ficaríamos na estrada", explicou Vagner.
De lá, seguiram para El Chaltén, a capital do trekking na Patagônia argentina. Vagner e Mi encararam trilhas desafiadoras até o icônico Fitz Roy, uma das montanhas mais famosas da Patagônia. "Foi uma das caminhadas mais difíceis que já fizemos, mas a vista compensou cada esforço", destacou Vagner.
A viagem seguiu para El Calafate, onde o casal visitou as impressionantes Pasarelas do Glaciar Perito Moreno. Eles puderam observar de perto o fenômeno das placas de gelo se desprendendo das paredes milenares. "Ver o gelo caindo e ouvindo o barulho da rachadura foi emocionante e assustador ao mesmo tempo", disse Mi.
O casal então seguiu para o Parque Nacional Torres del Paine, no Chile, conhecido por suas formações rochosas icônicas e lagos de água azul. "As trilhas foram desafiadoras, mas as paisagens pareciam de outro planeta", comentou Vagner. No caminho de volta, eles passaram por Puerto Natales, uma charmosa cidade no sul do Chile, conhecida por ser o ponto de partida para o Parque Nacional. "É uma cidade tranquila, com uma vibe bem patagônica, cheia de cafés e lojinhas de artesanato", contou Mi.
Após semanas na estrada, o casal finalmente chegou a Ushuaia, o ponto mais austral do continente. "Foi emocionante cruzar a placa de 'fim do mundo' e saber que tínhamos chegado até lá", contou Vagner. Embora não tenham feito o tradicional passeio de trem pelo Trem do Fim do Mundo, o casal explorou as paisagens geladas da Terra do Fogo e aproveitou para registrar cada momento.
Durante a expedição, Vagner e Mi tiveram a oportunidade de observar de perto a fauna patagônica, incluindo leões-marinhos, pinguins, guanacos e outros animais selvagens. "Foi incrível ver essas espécies no seu habitat natural. A Patagônia é um santuário de vida selvagem", disse Mi.
O ponto mais tenso da expedição aconteceu em Rio Galegos, na Argentina, onde o casal precisou dormir na barraca em meio a ventos de 102 km/h e temperaturas abaixo de zero. "Os ventos eram tão fortes que balançavam a barraca o tempo todo, e o barulho do vento contra o carro não nos deixava dormir", relatou Mi. "Foi o momento em que mais sentimos medo."
A viagem foi um verdadeiro teste de resistência para o casal e para a Duster personalizada, que foi equipada com barraca de teto, energia elétrica, geladeira e itens essenciais para garantir conforto e autonomia ao longo da jornada.
Vagner e Mi já são conhecidos por suas aventuras pelo Brasil, incluindo expedições pelo Jalapão, Amazônia e outros destinos icônicos. Agora, eles deram um passo além com o projeto Expedição Américas, que tem como objetivo percorrer toda a extensão da América do Sul, Central e do Norte, até chegar ao Alasca, nos Estados Unidos.
Toda a viagem foi registrada em detalhes no canal Na Bagagem no YouTube e no Instagram @nabagagem.oficial. Para acompanhar os próximos capítulos dessa aventura épica, basta seguir os canais e embarcar virtualmente nessa expedição histórica.
