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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Obra mal feita de asfaltamento de ruas na Vila Amâncio coloca imóveis em risco

 A pressa é inimiga da perfeição. A frase bastante conhecida por todos, retrata bem o que vem ocorrendo na Rua José Amâncio Vieira, Vila Amâncio. No início do mês teve início a implantação de asfalto, guias e sarjetas nesta via e em outras próximas, Roldão Pinto de Moraes (Vila Maria), Kijiro Hayashida e parte da Antônio Amâncio Vieira, esta última já no trecho inicial da Estrada Velha de Sorocaba, porém, a melhoria tem causado transtorno e muita preocupação para alguns moradores, que estudam a possibilidade de acionar o Ministério Público para resolver o impasse, pois,  no projeto não está prevista a implantação de sistema de drenagem da água da chuvas em alguns pontos críticos.
Numa cidade como Piedade, onde quase todas as ruas estão localizadas em regiões íngremes, isto representa um completo absurdo, senão, uma enorme irresponsabilidade. Para piorar, a imprevisível chuva ocorrida nos últimos dias interrompeu o andamento da obra, deixando muito barro na região, impedindo que algumas pessoas saíssem de carro de suas casas. É justificável o contratempo causado pela água que cai do céu num período típico de estiagem, no entanto, a ausência de caixas de captação para o escoamento da água, mais o estreitamento da rua tem gerado muitas reclamações.
            Devido à localização das casas de número 26, 60 e 80 da Rua José Amâncio Vieira, toda a água da chuva que desce de dois pontos, da Rua Kijiro Hayashida e por mais 300 metros da Antônio Amâncio Vieira, acaba desembocando no trecho de curva e de baixada da Rua José Amâncio Vieira. No local em questão existia uma caixa de captação de água pluvial que foi enterrada pela empresa Obragen que executa a obra. Com isto apenas no canto desta via deverá ser implantada uma única caixa de contenção que não será suficiente para conter o volume de água. Mesmo com uma precipitação pluviométrica baixa (chuva fraca) as casas acima citadas - principalmente a de número 60 – receberão a enxurrada trazida pelo declive das duas ruas adjacentes.
            Importante ressaltar que na placa da Prefeitura Municipal de Piedade que divulga a obra consta que a obra é de “Drenagem e pavimentação da Vila Amâncio e Vila Maria”, contudo, a falta de sistemas eficazes de no projeto drenagem tem sido o motivo das queixas. Um aposentado, morador da casa que está em maior risco de alagamento procurou por diversas vezes a diretoria de obras da prefeitura, “eles nos disseram que iriam rever o projeto e avaliar as alterações necessárias, mas, não nos deram uma resposta concreta”, explica o morador que prefere não se identificar. Sua casa  fica na parte baixa, no canto da via, cerca de dois metros abaixo do nível da rua, localizada exatamente na curva onde o declive faz com que a água desemboque, “se não forem feitas mais caixas de captação de água minha casa vai ser invadida pela água, senão pela lama”, narra apavorado o aposentado. Apesar da casa do Diretor de Obras, João Paulo Moron Escanhoela ficar a pouco mais de 100 metros do local, a falta de acompanhamento da obra por parte do setor técnico da prefeitura é outro ponto de enorme insatisfação por parte dos moradores. “Como que ninguém fiscaliza a execução da obra? É um absurdo. Será que ninguém previa a necessidade das caixas de captação?”, desabafa uma moradora, revoltada com a falta de planejamento da obra. Como sempre as pessoas tem medo de serem identificadas.
            Nas casas vizinhas o temor é o mesmo. A moradora do imóvel número 20, da mesma Rua José Amâncio Vieira, filmou a cerca de dois anos o quintal e a casa de sua mãe sendo invadidos pela água. O único ponto que serviria de escoamento da água está entupido e a qualquer momento pode acontecer o que é tão temido pelos moradores, a água inundar seus lares. No início da rua um outro problema foi apontado.
           Por diversas vezes os proprietários dos imóveis ligaram para a prefeitura pedindo providências, a resposta foi sempre a mesma, que estavam estudando a alteração no projeto para a colocação do sistema de drenagem, mas, que a medida avaliada em razão do aumento no custo de execução uma vez não estar previsto no projeto original. 
           Na segunda-feira, 16, guias quebradas por caminhão da empresa que teve de ser rebocado por uma máquina. Nos últimos cinco dias tornou-se impossível entrar e sair de carro das residências, “se alguém precisar ser socorrido ou precisar sair com urgência ficará impossibilitado”, queixa-se um dos moradores que precisa guardar seu carro na casa de um parente. Alguns moradores disseram estar propensos a acionar o Ministério Público para tentar interditar a obra até que todas as providências necessárias para garantir a segurança de seus imóveis sejam tomadas. As obras de última hora da prefeitura, somadas as tantas começadas e inacabadas tem causado enorme insatisfação em boa parte da população.