A pressa é inimiga da perfeição. A frase bastante
conhecida por todos, retrata bem o que vem ocorrendo na Rua José Amâncio Vieira,
Vila Amâncio. No início do mês teve início a implantação de asfalto, guias e
sarjetas nesta via e em outras próximas, Roldão Pinto de Moraes (Vila Maria),
Kijiro Hayashida e parte da Antônio Amâncio Vieira, esta última já no trecho
inicial da Estrada Velha de Sorocaba, porém, a melhoria tem causado transtorno
e muita preocupação para alguns moradores, que estudam a possibilidade de acionar o Ministério Público para resolver o impasse, pois, no projeto não está prevista a
implantação de sistema de drenagem da água da chuvas em alguns pontos críticos.
Numa cidade como Piedade,
onde quase todas as ruas estão localizadas em regiões íngremes, isto representa
um completo absurdo, senão, uma enorme irresponsabilidade. Para piorar, a
imprevisível chuva ocorrida nos últimos dias interrompeu o andamento da obra,
deixando muito barro na região, impedindo que algumas pessoas saíssem de carro
de suas casas. É justificável o contratempo causado pela água que cai do céu
num período típico de estiagem, no entanto, a ausência de caixas de captação
para o escoamento da água, mais o estreitamento da rua tem gerado muitas
reclamações.
Devido à localização das casas de número 26, 60 e 80 da
Rua José Amâncio Vieira, toda a água da chuva que desce de dois pontos, da Rua
Kijiro Hayashida e por mais 300 metros da Antônio Amâncio Vieira, acaba
desembocando no trecho de curva e de baixada da Rua José Amâncio Vieira. No
local em questão existia uma caixa de captação de água pluvial que foi
enterrada pela empresa Obragen que executa a obra. Com isto apenas no canto
desta via deverá ser implantada uma única caixa de contenção que não será
suficiente para conter o volume de água. Mesmo com uma precipitação
pluviométrica baixa (chuva fraca) as casas acima citadas - principalmente a de
número 60 – receberão a enxurrada trazida pelo declive das duas ruas
adjacentes.
Importante ressaltar que na placa da Prefeitura Municipal
de Piedade que divulga a obra consta que a obra é de “Drenagem e pavimentação
da Vila Amâncio e Vila Maria”, contudo, a falta de sistemas eficazes de no
projeto drenagem tem sido o motivo das queixas. Um aposentado, morador da casa
que está em maior risco de alagamento procurou por diversas vezes a diretoria
de obras da prefeitura, “eles nos disseram que iriam rever o projeto e avaliar
as alterações necessárias, mas, não nos deram uma resposta concreta”, explica o
morador que prefere não se identificar. Sua casa fica na parte baixa, no canto da via, cerca de
dois metros abaixo do nível da rua, localizada exatamente na curva onde o
declive faz com que a água desemboque, “se não forem feitas mais caixas de
captação de água minha casa vai ser invadida pela água, senão pela lama”, narra
apavorado o aposentado. Apesar da casa do Diretor de Obras, João Paulo Moron
Escanhoela ficar a pouco mais de 100 metros do local, a falta de acompanhamento
da obra por parte do setor técnico da prefeitura é outro ponto de enorme
insatisfação por parte dos moradores. “Como que ninguém fiscaliza a execução da
obra? É um absurdo. Será que ninguém previa a necessidade das caixas de
captação?”, desabafa uma moradora, revoltada com a falta de planejamento da
obra. Como sempre as pessoas tem medo de serem identificadas.
Nas casas vizinhas o temor é o mesmo. A moradora do
imóvel número 20, da mesma Rua José Amâncio Vieira, filmou a cerca de dois anos
o quintal e a casa de sua mãe sendo invadidos pela água. O único ponto que
serviria de escoamento da água está entupido e a qualquer momento pode
acontecer o que é tão temido pelos moradores, a água inundar seus lares. No
início da rua um outro problema foi apontado.
Por diversas vezes os proprietários dos imóveis ligaram
para a prefeitura pedindo providências, a resposta foi sempre a mesma, que
estavam estudando a alteração no projeto para a colocação do sistema de
drenagem, mas, que a medida avaliada em razão do aumento no custo de execução
uma vez não estar previsto no projeto original.
Na
segunda-feira, 16, guias quebradas por caminhão da empresa que teve de ser
rebocado por uma máquina. Nos últimos cinco dias tornou-se impossível entrar e
sair de carro das residências, “se alguém precisar ser socorrido ou precisar
sair com urgência ficará impossibilitado”, queixa-se um dos moradores que
precisa guardar seu carro na casa de um parente. Alguns moradores disseram
estar propensos a acionar o Ministério Público para tentar interditar a obra
até que todas as providências necessárias para garantir a segurança de seus imóveis
sejam tomadas. As
obras de última hora da prefeitura, somadas as tantas começadas e inacabadas
tem causado enorme insatisfação em boa parte da população.