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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Após agressão Éverton não sabe de voltará a apitar

Éverton (à direita) e seus colegas de arbitragem. 
Felizes por atuar de um dos maiores torneios de futsal do mundo
Foto: Facebook
Reconhecido por ser uma pessoa extremamente educada, amável e de ótima índole e também pelo seu excelente trabalho como árbitro em jogos de futebol e futsal locais e também na região de Sorocaba, o piedadense Éverton de Araújo Oliveira, mais conhecido como Gaviãozinho, 22 anos, há vários anos atuando no comando da arbitragem de jogos do campeonato varzeano local e em outros certames em cidades vizinhas, não sabe se continuará a apitar.


O trauma imposto na vida deste rapaz humilde, bom caráter e respeitado por todos, se deu após receber uma voadora no peito aplicada pelo jogador jogador Werington Alves Santos, ao final da prorrogação da partida em que a equipe Belosso / Auto Elétrica Rodrigues foi derrotada por 4 a 3 pelo time Pipocas Clac / JC Morais / Chut Sports, na noite de terça-feira em partida válida pelo Cruzeirão 2014. A equipe derrotada foi eliminada.

O gol que determinou o placar final saiu quando faltavam 0,9 segundos para o final da prorrogação e os jogadores do time derrotado elegeram a arbitragem como culpada pela derrota. Após um tumulto Éverton foi atingido por uma voadora no peito, caiu ao solo e ficou desacordado por 10 minutos. O árbitro foi socorrido e posteriormente registrou Boletim de Ocorrência de lesão corporal  sofrida e ontem (19) passou por exame de corpo de delito. O resultado do laudo apontará o rumo do processo contra o agressor Werington, que responde por lesão corporal. Conforme a gravidade das lesões sofridas por Éverton a punição poderá ser mais severa. Éverton está muito abalado psicologicamente com o ocorrido. 

Éverton a partida entre São Paulo e Botafogo, quarta-de-final da
19ª Copa Brasil de Futebol Infantil - Sub-19,em janeiro em Votorantim
Foto: Facebook
Em entrevista concedida à TV Tem Éverton disse que não sabe se irá continuar a atuar como árbitro, "tudo é culpa do árbitro, a equipe perdeu a culpa é do árbitro, não sei não se eu continuo", desabafou. Entramos em contato com Éverton e colocamos nosso apoio, admiração pelo seu trabalho e dissemos sobre a intenção da elaboração de mate´ria sobre sua carreira e sobre o ocorrido, ao que ele agradeceu e disse que "quando estiver melhor" poderemos contar com ele. A afirmação demonstra o quão traumática foi a experiência para o jovem árbitro. 

A Justiça Desportiva de Sorocaba suspendeu preventivamente, por 30 dias, o jogador Werington Alves Santos, da equipe Belosso / Auto Elétrica Rodrigues. O "atleta" pode ser banido do esporte. 

Na página de Everton do Facebook, além de inúmeros comentários de apoio e repúdio à criminosa agressão por ele sofrida, seu irmão Émerson, publicou um desabafo: "Meu Irmão ama apitar e já pensa em parar por causa disto, o que sera que vai acontecer com este bandido? , meu irmão ama arbitragem desde seus 13 anos de idade e sonhava muito apitar jogos bons e agora chora porque isto aconteceu, sera que alguém vai ver isto? sera que o sonho dele vai acabar assim? Quem vai dar assistência a ele? um sonho de menino que sempre amou arbitragem pode acabar, meu irmão nunca assistiu jogo para ver jogadores e sim os árbitros desde pequeno sempre apitou na escola e estava tentando um dia chegar a arbitragem profissional, sempre muito humilde, nunca vi ele assim, e vê ele chorando por causa de um bandido, que mente falando que nunca agrediu outro arbitro e já agrediu um absurdo espero que o sonho do meu irmão não acabe assim e espero um dia velo apitando um jogo profissional mais da maneira que ele se encontra não sei se isto vai acontecer. Meu irmão Te Amo."

Em 7 de agosto de de 2011 Éverton foi covardemente agredido com socos s chutes por um jogador do Clube Atlético Godinho durante partida válida pelo Campeonato Varzeano de Piedade. O atleta Lucas ficou revoltado com a marcação de um pênalti, foi expulso após ameaçar Éverton e agrediu ó árbitro mesmo após ele estar desmaiado no chão. 

Confira a reportagem exibida ontem na TV Tem por meio do link abaixo:

http://globoesporte.globo.com/sp/sorocaba/noticia/2014/02/nao-perdoo-diz-juiz-que-apanhou-agressor-se-diz-arrependido.html

Matéria do publicada ontem no site g1.globo.com - O árbitro Éverton Araújo de Oliveira, agredido após uma partida de futsal em Sorocaba na noite desta terça-feira, diz que não tem a intenção de perdoar seu agressor, o jogador Werington Alves Santos, que lhe deu uma voadora ao reclamar de um gol marcado contra seu time nos segundos finais da prorrogação. Werington, por sua vez, diz que está arrependido do que fez e pronto para responder na Justiça pelo ato, se necessário.

– Foi premeditado. Ele nem estava na quadra na hora do lance, saiu do banco e veio só para agredir. Não posso perdoar alguém que age dessa forma –  disse o árbitro na tarde desta quarta-feira, durante reunião com o diretor de arbitragem da Liga Sorocabana de Futsal (Lisofus), Eliseu Sentelhas, no ginásio Gualberto Moreira, local da partida que terminou com a agressão.
Everton diz que nem foi o responsável por apitar o lance polêmico – um gol nos segundos finais, que, segundo os jogadores do time derrotado, saiu após o cronômetro zerar. 
– Éramos dois árbitros, como em qualquer jogo de futsal, e eles partiram para cima do meu colega. Então fui até a confusão para ajudá-lo e acabei apanhando de alguém que foi lá só para agredir.
Morador de Piedade, cidade próxima a Sorocaba, Éverton trabalha numa empresa de sua família e, aos 23 anos, atua há cinco como árbitro. Elogiado por Eliseu Sentelhas, ele diz que vai tocar a carreira e sonha em apitar grandes jogos, mas ainda não sabe quando voltará – embora não tenha ficado com marcas aparentes da agressão, ele passaria por uma consulta médica para saber.

Ele também faria um exame de corpo de delito, já que foi registrado um boletim de ocorrência por agressão e o árbitro deve responder a inquérito. Além disso, Éverton pretende abrir um processo por danos morais e materiais, já que perderá os cachês por alguns jogos, além de se sentir envergonhado ao ser agredido em um caso que ganhou repercussão nacional.
– Agora vou ficar conhecido como o juiz que apanhou num jogo de futsal. Não era o que eu queria para a minha carreira – diz.